Hering acelera expansão e fatura mais de R$ 300 milhões

A varejista e indústria têxtil Hering acelerou ainda mais o crescimento que já vem apresentando desde a capitalização em julho de 2007. No segundo trimestre deste ano, a receita bruta consolidada cresceu 46,5% na comparação anual, chegando a quase R$ 307 milhões. Em relação aos três primeiros meses do ano, o faturamento subiu 31%.


A varejista e indústria têxtil Hering acelerou ainda mais o crescimento que já vem apresentando desde a capitalização em julho de 2007. No segundo trimestre deste ano, a receita bruta consolidada cresceu 46,5% na comparação anual, chegando a quase R$ 307 milhões. Em relação aos três primeiros meses do ano, o faturamento subiu 31%.

Com esse desempenho, a companhia deve chegar à casa do bilhão em 2010. No ano, acumula receita bruta de R$ 541 milhões até junho. Em 2009, a receita bruta total foi de R$ 877 milhões. Entre março e junho, a companhia abriu 14 lojas da marca Hering e fechou o trimestre com 292 unidades. Considerando as marcas PUC e Dzarm, a quantidade de lojas subiu de 366 para 382. O plano da companhia é chegar ao fim de 2010 com 420 lojas, sendo 325 da Hering.

Desde julho de 2007, quando captou R$ 230 milhões com uma oferta de ações na BM&FBovespa, já foram abertas 136 lojas da marca Hering, sendo 106 franquias e 30 unidades próprias. Somando PUC e Dzarm, são 163 novas lojas. A concretização do planejamento deste ano significará uma expansão de 201 lojas. Em 2007, ano em que irrigou o negócio com capital novo, a companhia fechou o ano com receita bruta de aproximadamente R$ 443 milhões.

Fonte: Tormo

Setor de franquias mostra ascensão


Número de franquias aponta para crescimento de até 10% este ano

Empresária Mariana Moussalim aposta neste nicho de mercado há cinco anos e possui três franquias na Capital: Maria Filó, L”Occitane e Forum, localizadas em um shopping da cidade


Vívian Lessa
Da Redação – Gazetal Digital

Mato Grosso deve expandir em 18,7% o mercado de franchising até o fim deste ano. Significa dizer que é previsto o aumento no número de franquias atuantes no Estado das atuais 800 para cerca de mil unidades. A expectava é do diretor-executivo da Associação Brasileira de Franchising (ABF), Ricardo Camargo, que confirma o potencial de crescimento da região frente aos resultados brasileiros, cujo incremento no número de franquias deve ficar entre 8% a 10% em 2010.

De acordo com ele, é possível observar que Mato Grosso tem atraído grandes marcas do mercado nacional conhecidas até mesmo fora do país. A força para que o Estado promova a expansão deste segmento vem em contraponto aos resultados atuais, que demonstram uma pequena representatividade mato-grossense no total de unidades franqueadas espalhadas pelo Brasil. Conforme dados da ABF, Mato Grosso detém apenas 1% do total de 79,988 mil franquias brasileiras.

O consultor de Finanças e Organização Saulo Gouveia, que trabalha orientando empresários interessados em ser um franqueado, destaca que o crescimento já observado no setor é praticamente o dobro a cada ano que passa. Ele conta que a procura por franquias está expandindo à medida em que surge o interesse de novos empreendedores. “É um segmento que tem suas vantagens e seus riscos”. A vantagem, de acordo com ele, é o reconhecimento que a marca já oferece desde o início.

No entanto, Gouveia explica que para aderir a uma franquia o investidor deve pesquisar o mercado e a empresa que deseja representar. “Não é simplesmente escolher. É preciso analisar todos os pontos, sendo financeiros, infraestruturais e até de perfil”. Ele lembra que ter franquia implica em gastos para o interessado. “São cobradas taxas e um valor de adesão que custa a partir de R$ 20 mil”. A ABF no manual Passos para Comprar sua Franquia enumera taxas, royalties, propaganda, entre outras despesas.

Gouveia ressalta ainda que o interessado em ter uma franquia deve primeiro identificar o segmento de interesse de acordo com o perfil do futuro empreendedor. Depois, é aconselhável a obtenção de informações sobre os franqueadores quanto à estrutura e há quanto é atuante no mercado. Além disso, o interessado deve definir a região de atuação de sua preferência.

A empreendedora Crisley Malaco passou por todos os passos, mas ainda não conseguiu montar a sua própria franquia. Ela conta que analisou todos os pontos de mercado e perfil da empresa mas deteve-se na escolha do ponto para instalar o seu negócio. Crisley pesquisou o segmento de vestuário e acessórios femininos, calçados masculinos e até estudou a ideia de montar um lava-jato. “Ainda não tive êxito, mas continuo com a intenção de montar um franquia”. Ela explica que tem preferência para ser uma franqueada ao invés de montar um negócio próprio, sem marca conhecida.

E é justamente pelo renome da marca que muitos empreendedores do Estado buscam investir em franquias. A proprietária da unidade de ensino de idiomas Uptime, Jaqueline Freitas, que começou atuar em Cuiabá este ano, diz que a vantagem da franquia é o reconhecimento que a empresa já possui. A Uptime está em 19 estados brasileiros com mais de 130 unidades ativas. “A empresa já detém um nome conhecido. Então trouxemos para o Estado a primeira unidade da região”. Ela conta que sua franquia atende cerca de 50 alunos por mês. “Temos uma metodologia diferente de ensinar, com horários flexíveis para os alunos”.

Para a empresária Mariana Moussalim, que há cerca de 5 anos atua no mercado de franquias, a atração pelo empreendimento é provocada pelo incentivo e assistência dada pela empresa franqueadora. Ela detém as franquias Forum, L”Occitane e Maria Filó, todas localizadas em um shopping de Cuiabá. Mariana diz que a franqueadora oferece todo o suporte de marketing e infraestrutura. “Para quem não tem idéia de como começar um negócio, abrir uma franquia é o melhor caminho”.

Apesar disso, ela ressalta que além das vantagens há riscos. “Temos que oferecer todos os produtos que a marca possui, mesmo se a coleção não caiu no agrado da maioria”. Ela destaca ainda que o investimento empregado nas franquias não é baixo. “As franqueadoras cobram taxas entre outras exigências. Resta aos franqueados segui-las”.

Procura – O interesse em abrir novas franquias também pode surgir do franqueador. A Yázigi Internexus, por exemplo, procura franqueados no Mato Grosso. A rede de escolas de idiomas tem 60 anos de mercado com 420 escolas espalhadas por todo o Brasil, sendo apenas uma unidade em Cuiabá, e quer implantar mais 5 franquias em Mato Grosso. No prazo de um ano, a estimativa é que sejam inauguradas pelo menos 3 escolas no Estado.

O diretor de expansão do Yázigi, Eduardo Letti, explica que o Estado é uma praça estratégica para a empresa. De acordo com ele, a franqueadora procura interessados em ser empreendedores e que tenha compromisso com ensino. O valor da franquia é por volta de R$ 200 mil. “Em um prazo de 2 anos, o franqueado já consegue ter uma renda líquida de R$ 12 mil por mês, contando o ensino para cerca de 300 alunos”. Hoje o Yázigi contempla mais de 420 unidades espalhadas pelo país. A rede cresceu 10% no ano passado e deve ultrapassar os 12% em 2010. Uma franquia Yázigi demanda um investimento inicial médio de R$ 115 mil.

Nacional – O setor de franquias brasileiro fechou o ano de 2009 com um faturamento de R$ 63 bilhões, crescimento de 14,7% em relação ao ano anterior. O dado foi apurado pela ABF por meio de pesquisa feita com 1,643 mil marcas de franquia atuantes no país. Em 2009, 264 novas redes surgiram no mercado, um aumento de 19,1%, totalizando 1,643 mil. Entre elas estão Selleti, Brasil Cacau, Café Moinho, Casa do Sorvete Jundiá, Animafest, Dpil, Korai, Vest Casa, Riccó, RE/MAX, Total Express, Martelinho de Ouro, Babysol, Mara Mac e Pakalolo.

Já o número de unidades (pontos-de-venda de serviços ou produtos), saltou de 71,954 mil para 79,988 mil, aumento de 11%. Essa expansão resultou na abertura de 72 mil novos postos de trabalho. O setor é responsável hoje por mais de 700 mil empregos diretos. É também um dos segmentos que mais oferece oportunidade do primeiro emprego, além de investir no treinamento e capacitação de seus funcionários. Para 2010, a previsão da ABF é de que o setor aumente o faturamento em 16 %.

ABF Franchising Expo 2010 totaliza mais de 42 mil visitas e uma expectativa de R$ 100 milhões em negócios

A 19ª ABF Franchising Expo, maior feira de franquias da América Latina que terminou no último sábado (12), contabilizou mais de 42 mil visitantes. Segundo Ricardo Bomeny, presidente da Associação Brasileira de Franchising (ABF), no primeiro dia do evento a visitação já tinha superado 10% se comparada ao mesmo dia do ano anterior.


Para 2011, cerca de 50% dos espaços do evento já foram reservados

Fonte: Da redação da PEGN

A 19ª ABF Franchising Expo, maior feira de franquias da América Latina que terminou no último sábado (12), contabilizou mais de 42 mil visitantes. Segundo Ricardo Bomeny, presidente da Associação Brasileira de Franchising (ABF), no primeiro dia do evento a visitação já tinha superado 10% se comparada ao mesmo dia do ano anterior.

Foram 330 redes de franquias presentes, com uma expectativa de volume de negócios gerados em torno de R$ 100 milhões. Paralelamente aos estandes das marcas, a ABF realizou diversas atividades, como cursos rápidos que objetivavam ampliar o conhecimento do público visitante sobre o atual mercado de franquias. Foram abordados seis temas: aspectos jurídicos da franquia; avaliando a franquia do seu sonho; como avaliar seu perfil empreendedor e obter sucesso; como escolher e negociar pontos comerciais; cuidados ao montar a empresa; passos para comprar sua franquia e sustentabilidade como diferencial na escolha da franquia.

Segundo dados da organização, 50% dos espaços para a edição de 2011 já foram reservados.

O poderoso mercado nerd

Por muito tempo os nerds foram considerados párias por sua inaptidão social, suas péssimas escolhas de figurino, seus óculos de armações grossas e seus interesses um tanto herméticos para os não “iniciados”: quadrinhos, games, computação, ficção científica, RPG (Role Playing Game). A imagem estereotipada ficou para trás. Eles hoje representam um mercado lucrativo — e todos aqueles assuntos, que antes pareciam enfadonhos, passaram a atrair um público ainda maior.


O setor é formado por clientes exigentes, fiéis e que gastam muito

Por Rafael Farias Teixeira para Revista PEGN

Gabriel Rinaldi

OS TRÊS NERDS
Zunk (à esq.), Altavista (ao fundo) e Pranaltis (à dir.) uniram-se pelo interesse em colecionismo e pretendem criar o paraíso nerd na loja Limited Edition

Por muito tempo os nerds foram considerados párias por sua inaptidão social, suas péssimas escolhas de figurino, seus óculos de armações grossas e seus interesses um tanto herméticos para os não “iniciados”: quadrinhos, games, computação, ficção científica, RPG (Role Playing Game). A imagem estereotipada ficou para trás. Eles hoje representam um mercado lucrativo — e todos aqueles assuntos, que antes pareciam enfadonhos, passaram a atrair um público ainda maior. “Nós estamos vivendo ‘A Vingança dos Nerds’, porque esse é um mercado que está na moda. Ser nerd é in”, afirma Fábio Mariano, professor de comportamento do consumo aplicado da faculdade ESPM.

O Omelete, principal site de “nerdices” do Brasil, recebe mais de 1 milhão de visitas por mês. Marcelo Forlani, 34 anos, um de seus criadores, planeja um crescimento de 50% no faturamento em 2010 — encerrou o ano passado com R$ 1,2 milhão, fruto principalmente de publicidade. Furlani começou o Omelete em 2000, depois que sentiu falta de um veículo que falasse sobre quadrinhos. Reuniu-se com o amigo de infância, Érico Borgo, e começaram o projeto que hoje reúne outros assuntos de cultura pop para atrair um número maior de internautas. “Nós percebemos que, se fôssemos falar apenas de quadrinhos, iríamos ter um número muito limitado de visitantes. Por isso acrescentamos música, cinema e séries de TV.”

Consumidores fanáticos: eis o mercado gigante de que fala Forlani. “Um cara que sabe a escalação do América em 1943 é um nerd também, só que de esportes”, diz. É uma brincadeira. Por enquanto, ele não pretende sair da esfera cultural e tecnológica . O que ele quer dizer com sua frase é que o público de nerds — também conhecidos como geeks — cresce a cada dia. “No nosso trabalho, conhecemos várias pessoas que ‘saíram do armário’, que estão descobrindo que são nerds”, afirma Forlani. Os empreendedores que enxergam aí uma oportunidade têm que lidar com clientes exigentes, fiéis e dispostos a gastar muito dinheiro para ter aquele game, DVD ou gibi.

TUDO POR UMA COLEÇÃO

Os colecionáveis têm encontrado espaço confortável nas carteiras dos consumidores. São estátuas, bonecos, livros — em edições especiais e limitadas. O assunto pode variar entre quadrinhos, cinema, música, ficção científica, RPG, mas o importante é o caráter raro do item, como uma estátua fac-similar do personagem Jack Sparrow, da franquia cinematográfica Piratas do Caribe, com cabelo humano, roupas de verdade e assinada pelo ator Johnny Depp — vendida recentemente pela loja Limited Edition pela bagatela de R$ 10 mil.

A Limited Edition foi criada por um trio de amigos nerds, mas com formações diferentes: Stevin Zunk, 35 anos, médico; Daniel Altavista, 34, publicitário; e Rodolfo Pranaitis, 24, formado em educação física. “O Rodolfo já possuía uma loja on-line especializada. Mas não existia em São Paulo um espaço físico para a venda de colecionáveis”, afirma Zunk. “Nós geralmente comprávamos por sites estrangeiros ou durante viagens.”

Gabriel Rinaldi

DUAS GERAÇÕES, UM NEGÓCIO
Mesmo não gostando de quadrinhos, Camilo (à dir.), ainda ajuda o filho Ricardo com a loja especializada Comix

Com um investimento inicial de R$ 300 mil, a loja, que fica no bairro dos Jardins, em São Paulo, pode ser definida como uma grife para os nerds, mas seus donos pre¬ferem pensá-la como um paraí­so. “Queremos que a Limited Edition seja mais que uma loja — um local de referência para outros colecionadores”, diz Zunk. Há um espaço reservado e formatado como lounge, com máquina de café e acesso à internet para promover a socialização das pessoas que se interessam pelo assunto. “Daqui a alguns anos, o nosso sonho é ampliar esse ambiente.” A Limited Edition também investe em quadrinhos importados, DVDs e Blue-rays. “Não é apenas uma loja, é uma butique para um público que realmente procura coisas raras”, afirma o cliente Arthur Sauerbronn, 29 anos, chef de cozinha, dono de restaurante e colecionador desde pequeno. Na última vez que saiu da loja, Sauerbronn levou para casa uma réplica da bengala do Coringa.

No início, achar essas peças únicas acabou se mostrando o principal problema para o trio de empreendedores. “Eram sempre os mesmos fornecedores com os mesmos produtos”, diz Zunk. “Acabamos com essa dificuldade quando começamos a importar por conta própria.” A loja atende a encomendas específicas e tem um setor para procurar os itens mais desejados pelos colecionadores. Apenas oito meses depois de aberta, a Limited Edition acumulou um faturamento bruto de aproximadamente R$ 800 mil. “Hoje em dia o público é muito grande. Tudo que tem cultura pop é um pouco nerd”, afirma Zunk.

DAS BANCAS PARA AS LIVRARIAS

O crescimento da loja de quadrinhos Comix traz semelhanças com a própria evolução do mercado da chamada nona arte — as histórias em quadrinhos já são consideradas arte por muitos. Aberta por Carlos Mann em 1986 como uma simples banca de revistas especializada no assunto, a Comix tornou-se popular e cresceu o suficiente para se tornar uma loja de dois andares no bairro dos Jardins, em São Paulo. Hoje, é comandada por seu irmão Ricardo Jorge de Freitas Rodrigues, 37 anos, e por seu pai, Camilo, de 75. “O mercado era muito pequeno quando começamos”, afirma Rodrigues. “Hoje em dia temos uma gama muito extensa de títulos, que atinge os mais diversos públicos.”

Os quadrinhos no Brasil deixaram de ser artigo de bancas para tomar as estantes das livrarias com suas versões encadernadas e graphic novels (romances quadrinizados). “Até 2000, as livrarias no Brasil não queriam saber dos quadrinhos” diz Rodrigues. Nos Estados Unidos, onde o mercado é bem mais avançado, as revistas em quadrinhos movimentaram US$ 393,8 milhões em 2009 (até novembro).

A Comix fechou 2009 com um faturamento de R$1,5 milhão — um crescimento de 8% em relação a 2008 — e hoje fornece produtos para 30 lojas espalhadas pelo Brasil, conquistando públicos em cidades em que alguns títulos não chegam. Além dos 40 mil itens, nacionais e internacionais, o empreendimento possui um estoque com mais de 1 milhão de produtos. São, além dos gibis, DVDs, card games e outros produtos específicos, todos vendidos também pela loja on-line, lançada em 2005. Saber o que vai agradar aos fãs é uma grande dificuldade para quem resolve abrir uma loja no ramo. “Você nunca sabe o que vai vender. Às vezes, compramos 100 números de um que não sai, e 20 de outro, que se esgota”, afirma Camilo. Apesar de não compartilhar do gosto por quadrinhos dos seus filhos, ele ajuda nos (bons) negócios.

Gabriel Rinaldi

NOTA ALTA
Com sua paixão pelos games, Calil deixou o ramo de confecções para faturar R$2 milhões por mês em 11 lojas

O sucesso da Comix incentivou Rodrigues a promover o evento Fest Comix, feira de quadrinhos que acontece anualmente em São Paulo desde 2002. Os descontos oferecidos e a presença de diversas editoras atraem uma média de 12 mil visitantes. “É o que eu chamo de investimento de marca, porque ajuda a divulgar o nome da loja”, afirma. A Comix também participa de festivais em alguns estados para ajudar na publicidade da loja. Outro evento que mostra a força desse mercado no Brasil é o Festival Internacional de Quadrinhos (FIQ), realizado de dois em dois anos em Belo Horizonte desde 1999. Em 2009, 75 mil pessoas passaram pelos estandes do FIQ no Palácio das Artes.

Em 2010, a Comix planeja se expandir por meio de franquias. E pretende criar mais uma feira de quadrinhos ligada a diferentes assuntos da cultura pop. “Se as editoras continuarem investindo como até o momento, estamos confiantes de que teremos um crescimento de 10% neste ano”, afirma Rodrigues.

NO MEU VIDEOGAME OU NO SEU?

Entre os interesses do nerd clássico, o que com certeza movimenta mais dinheiro atualmente é o mundo dos videogames. Jogue o primeiro joystick aquele que nunca se pegou tentando passar para uma nova fase ou “matar um chefão” em um game qualquer. Hoje, com a chegada de novos aparelhos que prometem incluir todos os membros da família, é difícil encontrar alguém que não tenha se tornado um astro do rock por um dia em Guitar Hero, ou tenha empunhado o controle do Wii como se fosse uma raquete de tênis. “Os games não são mais um nicho, são um segmento”, afirma o professor Fábio Mariano. “Em todas as classes sociais nós vemos um aumento da presença de videogames. Além disso, esses produtos se tornaram mais ‘amistosos’ e acessíveis para quem não era acostumado com esse universo.” Só em novembro de 2009, o mercado de games movimentou US$ 2,7 bilhões apenas nos Estados Unidos, e 1,26 milhão de unidades do console Wii foram vendidas, segundo a empresa de análise The NPD.

Se dependesse do pai, Marcos Calil, 41 anos, estaria bem longe desse mercado, cuidando das empresas da família no ramo de confecções. Ao completar 18 anos, ele recebeu do pai a proposta de administrar uma de suas lojas, mas recusou, justificando que preferia montar uma de games. “Na época eu já tinha um negócio meio de garagem, fundo de casa, sabe?” A primeira unidade da UZ Games surgiu na época do console Atari, em 1974, no bairro do Ipiranga, em São Paulo, quando, depois da ausência do pai nos negócios, por conta de um ataque cardíaco, Calil resolveu transformar três lojas de roupas em três lojas de games. “Ele quase morreu, quando saiu do hospital, depois de três meses”, diz, rindo.

Em lojas de rua ele percebeu que o negócio não deslanchava. Era necessário evitar o público constantemente seduzido pela pirataria. “Para fugir da ilegalidade, nós precisávamos ir para os shoppings, pegar um público mais elitizado, disposto a gastar dinheiro para ter o produto oficial”, afirma. Calil investiu em cada uma das três primeiras lojas uma quantia (em valores atuais) de aproximadamente R$ 70 mil — ainda na época do cruzeiro novo — e hoje fatura R$ 2 milhões por mês, em média, com suas 11 unidades próprias. Apesar do alto custo — para abrir uma franquia da UZ Games em São Paulo é preciso um investimento de R$ 350 mil —, isso não parece ser um problema. A marca já tem 12 franqueados e está presente em três estados. Uma unidade pode faturar entre R$ 60 mil e R$ 150 mil por mês, com prazo de retorno do capital investido de um a dois anos. “Estamos no estado onde há mais pirataria no Brasil e conseguimos nos manter por 25 anos. O importante é achar um bom local e cativar um público que esteja disposto a comprar o produto original”, diz Calil. Ele planeja continuar sua expansão procurando franqueados nas principais capitais do Brasil e abrindo lojas em pontos estratégicos.

Não se pode afirmar que não haja criptonitas pelo caminho, mas a tendência é que esse mercado continue crescendo. “Abrir uma empresa nesse segmento é um excelente negócio. O segredo é que você trabalha com um público menor, mas obtém lucro maior”, diz o professor Mariano. Para o alto e avante.

COMO EXPLORAR O MERCADO NERD | 4 pontos para prestar atenção
Revista  PEGN
DIVULGAÇÃO
Participar de feiras e eventos centrados na especialidade do negócio ajuda a divulgar a marca e a trazer novos clientes. A utilização de redes sociais, como o Twitter, e parcerias com sites que falem sobre o tema também auxiliam a angariar novos compradores. Os nerds adoram conversar sobre suas áreas de interesse. Por isso, é estratégico participar de fóruns de discussão
Revista PEGN
FORNECEDORES
Mantenha uma rede de fornecedores confiáveis e que sempre ofereçam novos produtos. Os nerds procuram por novidades e qualidade. Não faça estoques de itens se você não tem certeza de que irão vender. Nesses casos, sempre trabalhe com encomendas por demanda
Revista PEGN
FIDELIDADE
Cative seu cliente como um amigo nerd. Ofereça sempre boas sugestões e atendimento cuidadoso. Assim, ele saberá exatamente o que comprar. Envie newsletters com novidades e descontos para clientes antigos e fiéis
Revista PEGN
FUNCIONÁRIOS
Em um mercado tão específico, é preciso contar com empregados que possam opinar e oferecer informações detalhadas sobre os produtos vendidos. “Mesmo que no início algum funcionário não seja nerd, acabará se tornando um, devido ao convívio com os sócios e os clientes”, afirma Stevin Zunk, da Limited Edition
QUANTO CRESCE O MERCADO NERD (EM %)
70% Livros de ficção científica

19% Livros de RPG

18% Smartphones e acessórios

15% Games

15% DVDS de ficção científica

10% Quadrinhos

5% Informática

-4% Séries de TV

Fonte: Dados da FNAC Brasil (2008-2009)

Setor de restaurantes deve crescer o triplo do PIB este ano

O diretor executivo da Associação Nacional de Restaurantes (ANR), Roberto Lyra, disse que o mercado de alimentação fora de casa deve crescer três vezes mais do que a taxa de expansão do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano


SÃO PAULO – O diretor executivo da Associação Nacional de Restaurantes (ANR), Roberto Lyra, disse que o mercado de alimentação fora de casa deve crescer três vezes mais do que a taxa de expansão do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano, em linha com o que ocorreu em 2008, quando o faturamento do setor avançou 13,8%.

Naquele ano, as redes independentes registraram expansão de 16,6%, as redes de franquias, de 15,4%, e os restaurantes independentes, de 8,5%, segundo pesquisa divulgada hoje pela ANR.

No primeiro semestre de 2009, o faturamento bruto dos restaurantes independentes registrou queda de 4%, na comparação com a média de 2008, enquanto as redes independentes (não vinculadas a uma marca de franquia) tiveram um aumento de 9,7%, as redes de franquias, de 8,5%.

Este primeiro trimestre, segundo a ANR, está sendo melhor do que o ano passado para todos os segmentos do setor.

O mercado de alimentação fora de casa conta atualmente com 2 milhões de estabelecimentos, que empregam cerca de 6 milhões de pessoas. No ano passado, o setor comprou R$ 65,2 bilhões da indústria de alimentos entre matérias-primas e insumos.

Leia mais: http://www.valoronline.com.br/?online/outros/56/6184766/setor-de-restaurantes-deve-crescer-o-triplo-do-pib-este-ano#ixzz0jkjO6LWs

Karin Sato | Valor